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She Don't like the lights - Capítulo 9




Assim que cheguei à plateia, várias meninas jorraram perguntas à mim. Em geral duas perguntas:
- Ele beija bem?
- Você estão namorando, ficando ou o que?
Assim que me sentei, respondi às perguntas de bom grado, e o pequeno tumulto foi se dispersando. Não me senti culpada em assumir o meu namoro com Justin, aliás, o próprio já havia começado a espalhar a notícia sem medo. Assim que a última garota - a mais chata e insistente de todas - voltou para o seu lugar - que infelizmente era próximo o bastante para ela fazer uma nova pergunta a cada 5 minutos - quem me abordou foi um homem, que estava bem ao meu lado.

 Uau, você e o Bieber, hein?
- É… Impressionante.
E se calou. Nem me dei o trabalho de olhar ao seu rosto, já que meu lugar era na primeira fileira de todas, e havia outro rosto mil vezes mais bonito  cantando para mim naquele momento. Quando Bieber foi para a outra extremidade do palco, o garoto voltou a puxar assunto.
- Incrível o jeito que ele olha pra você. Mas se eu fosse você, ficaria de olho. Esse negócio de namorar fã pode ser tática de marketing. - Falava ele, berrando aos meus ouvidos para que sua voz se sobressaísse à de Justin.
- Olha, se você veio falar comigo pra ficar colocando coisas na minha cabeça…
- Eu só estou avisando porque… - interrompeu.
- Não preciso ser avisa…
E ele me beijou. Tentei me soltar mas ele me agarrou com força. Chutei sua canela, e aproveitei do seu momento de surpresa e dei-lhe um merecido tapa. Me soltei dele e o encarei com descrença.
- Quem você pensa que é? Não me conhece há nem um minuto, resolve que deve me “avisar” sobre minha vida pessoal e ainda me agarra?!
- Eu só queria…
- Eu não podia ligar menos para o que você queria!
- Mas…
- Cala boca.
- Não fique com raiva. Eu peço desculpas, ta?

Nem me dei ao trabalho de responder. Me virei com raiva, para o palco e me apoiei nas grades. Eu queria poder dizer que eu me esqueci naquele exato momento o que tinha acontecido, mas Justin encarou por um segundo o desconhecido com ódio. E tornou a fazer isso um tempo depois. E depois. E depois.
É claro que aquilo não atrapalhou minha diversão no melhor dia da minha vida. A última música, foi o maior single de Justin.
- Que música vocês querem ouvir? - Perguntava ele.
- Baby! - Respondiam todas em coro.
- Que música vocês querem ouvir - ele repetia.
- Baby!
- Que música vocês querem ouvir?
- Baby!
- É, eles querem ouvir Somebody to Love, - falou e começou a cantar sem nenhum instrumental o refrão de Eenie Meenie.
Mas logo depois a introdução de Baby ressoou pelo estádio arrancando arrepios de todas. A música foi a que mais empolgou a plateia, fazendo muitas chegarem a chorar.
“I’m gone”. E as luzes se apagaram. O estádio começou a esvaziar em várias direções, muito rapidamente.

 Hey, me desculpa. - pediu novamente o cara. Meu humor estava tão inabalávelmente bom que o perdoei na hora e quase não percebi o estádio esvaziar. Era incrível. Em tão pouco tempo - uma meia hora, no máximo - eu havia contado tudo o que eu sentia para ele. Todos os meus segredos foram contados para aquele desconhecido - também atende por Mark - formando um forte vínculo de amizade um 30 minutos.
Ele, não tentou me agarrar novamente. Ele me tratou como uma velha amiga, e não ousou nem a tocar minha mão. Quando o estádio já estava vazio o suficiente para que eu pudesse voltzar ao camarim de Justin, me despedi com um forte abraço. Trocamos os endereços de e-mail, facebook, twitter, e fui correndo para o camarim.
Nem deu tempo de bater à porta, ele a escancarou quando me ouviu chegar.
- ACHO BOM AQUELE CARA ESTAR COM O OLHO ROXO! - ralhou.
- E está. - falei, entrando da pequena salinha. - E eu sinto muito por ter feito aquilo. Ele é um bom amigo. Ele só queria me calar.
- TE CALAR? BOM AMIGO?
- Mas relaxa. Ele é apenas um amigo. Um bom amigo que não quer nada comigo.
- MAS…
E eu o beijei. Esse beijo de cala-boca era muito conveniente de vez em quando. Ele retribuiu com um beijo raivoso, que, admito, é muito, muito bom.


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